Você deve estar se
perguntando o que aconteceu comigo antes da festa de Reveilon, o que aconteceu
depois do acidente. Pois é, muita coisa aconteceu desde então.
Eu precisei fazer
uma ruptura no tempo e na história para explicar o que aconteceu, antes de lhes
contar como a festa de Virada de Ano, que meus pais organizaram, terminou... Pois
grande parte dos acontecimentos originou dos dias que se passaram após o
ocorrido.
Ainda me lembro do
zumbido no ouvido, das pessoas correndo, do corpo dela estendido no chão. Eu
estava tão atordoado, meus sentidos me faltavam. Acho que jamais me esquecerei
daquele dia.
Eu pensei que a
havia perdido para sempre!
Clarisse não morreu.
Graças a Deus! Eu achei que a havia perdido, mas ela agora está bem. Está se
recuperando do grave acidente do estado de coma que ficou após este ocorrido.
Eu, os meninos e Charles a visitávamos todos os dias... E graças as nossas
orações ela despertou e esta melhor. Muitos de nós não damos muito valor à
oração, mas eu acredito que tudo pode ser mudado quando acreditamos!
Não aconteceu nada
com os meninos do carro (punição de lei), pois Clarisse atravessou sem olhar e
não deu tempo deles frearem sem a machucar. E é justamente neste ponto que
nossa terceira temporada começa; que uma nova fase da minha jornada neste mundo
se inicia.
Nem eu e nem eles
nos reconhecemos. Depois de tanto tempo, e em meio a tanta dor nos
reencontramos. Eu que sempre sonhei em achá-los, eu que sempre me perguntei por
onde andavam. Num levantar de cabeça, e em muitas lágrimas eu o vi olhando
assustado para mim e segurando minha mão. Cadu me olhava tão espantado quanto
eu, em meio a dor o olhava também. Ele não estava sozinho, estavam todos ali:
Adam, Paulo, Cristian, Samu II, David e Sebastian. Eu fiquei sem chão. Então
tudo escureceu e eu desmaiei.
Eu acordei no
hospital (eu estava em profundo choque). E ele quando me viu despertar, logo
pulou da cadeira e veio a minha direção. Ele estava sentado ao meu lado o tempo
todo. Ele me perguntou se eu estava bem, mas eu só queria saber da minha amiga.
Eram muitos sentimentos misturados: medo, tristeza, raiva, culpa e amor. Ele
segurou minha mão me contou o estado dela (na época era coma). E eu me pus a
chorar e ele me abraçou. Até parecia que eu assistia toda a sena de longe, sem
som, só as imagens rolando através do vidro da janela do quarto cujas persianas
semi-baixadas encostavam. Então Cadu chamou nossos outros amigos que entraram,
sem jeito, se sentindo um pouco culpados pela situação toda, e me abraçaram dizendo
o quanto estavam felizes por me ver e triste pela minha amiga. Ficamos horas e
horas conversando.
Cadu pegou o carro e
levou a todos pra casa, eu fui o ultimo a ser deixado. Não reclamei apesar de
estar desgastado por demais, pois percebi que ele procurava um momento a sós comigo.
E percebendo isso pedi para que ele parasse perto do Pier para eu tomar um ar.
Lembro-me que
ventava bastante, nossos cabelos insistiam em cobriam nossos rostos. Eu me
debrucei na base de madeira sobre o Pier 87 e olhei o mar. Ele encostou-se de
costas para o mar na mesma base, ao meu lado direito. E começamos a conversar:
- Porque naquele dia
você não nos esperou? Porque partiu? – Disse ele.
- Me desculpe, não
foi minha intenção. Não espero que me entendas, porque nada justificaria minha
atitude. Mas você jamais poderá entender como é ser o filho do meu pai. Ele
jamais me deixaria esperar por vocês aquele dia, ele estava bravo (com os
negócios dele) e com pressa, me fez entrar no carro e ir embora. E depois,
descobri que estávamos de mudança para o litoral. Foi tudo tão de repente para
mim. Alias mudei de cidade mais vezes que consigo contar, por causa dos
negócios de meu pai.
- Mas porque você
não nos procurou depois? Sei lá...
- Não houve tempo de
me despedir, isso é fato. Mas também... Não haveria como. Aproveitamos muito a
viagem, mas esquecemos do principal: de trocar contato. Olha “Du”... me perdoa
ok? Eu jamais me esqueci de vocês, principalmente de você.
Neste momento já
estávamos frente a frente.
- Eu também jamais
me esqueci de você. – disse-me ele dando uma entortadinha de leve na cabeça e
me olhando nos olhos - Alias nós não esquecemos. Chegamos a ficar com raiva,
triste, chateados, enfim... Mas depois que descobrimos que você partiu com seus
pais, acabamos nos conformando com a ideia, e tentando entender sua posição.
Mas, me desculpe se a duvida e o porquê nunca saiu da cabeça. Eu acho que
precisávamos estar aqui falando disse para curar as feridas do passado. Afinal
conversar é sempre bom, “a verdade nos liberta”, não é?
- É verdade Du,
precisávamos deste momento. Porque acabamos causando dor um ao outro no
passado. E acho que ambos temos parcela nisso: eu por ter sumido e nem tido
atitude adulta de saber fazer escolhas, e você por descobrir onde eu estava e
não ter vindo até a mim. Só Deus sabe as noites que passei chorando, sentindo a
falta de vocês sem saber onde estavam. Sentindo sua falta cara. Vendo o rostos
eu e dos outros nas pessoas , na multidão.
- Eu sei, mas agora
estou aqui – disse-me ele chegando mais perto de mim, com o vento nos rodeando
fortemente.
- Eu sei, e estou
muito feliz por revê-lo Du; você e os outros.
- Você cresceu, parece
mais maduro, está diferente... de fato não é mais o mesmo garotinho tímido que
conheci. Olha Junior (eles em chamam assim), eu quero esquecer os erros do
passado e voltar a ser como era antes: eu, você e os rapazes.
- Não é tão simples
como queremos Cadu. É como dois namorados que cismam de dar um tempo e se
separam por meses e depois querem voltar. O amor pode até existir, mas nada
será como antes as pessoas mudam com a dor. Algumas para melhor e outras para
pior. Eles podem vir a se juntar novamente, mas a forma com que eles viverão
essa nova fase será diferente. E eles não terão o direito de exigir um do outro
que sejam como antes, porque nada é como antes, o passado deve ficar para traz,
é a vida! E se você não gostar do meu novo “EU”? E se não conseguirmos mais ser
tão confidentes como antes? Confesso que....
Ele me interrompeu,
fazendo um gesto de pedido de silêncio. E Acrescentou:
- Eu prefiro correr
o risco de tentar recomeçar com você, do que passara vida inteira imaginando
como seria isso. Dê-me uma chance de te provar que podemos recuperar tudo de
novo; mesmo que de forma nova, mas que ainda temos uma chance. Eu e os rapazes
viemos aqui para litoral, voltamos, só pra te encontrar e dizer que queremos
estar perto de você e que sentimos sua falta.
- Sabe Du, um dia
alguém saberá de toda essa nossa historia maluca e se perguntará se entendeu
tudo o que estamos discutindo neste lugar, neste momento. Alguns compreenderão, e outros simplesmente
descartarão. Mas o que eu quero que você saiba, é que apesar de eu não ser mais
o mesmo cara de antes, eu ainda amo vocês todos, principalmente você. E que
todas as noites antes de dormir eu penso em vocês. “Depois de vocês, os outros
são os outros e só” (é como diz a musica do KID Abelha).
Então ele me abraçou
bem forte. Estava esfriando mais e mais, e eu sentia o perfume dele
empreguinado naquele suéter macio e cinza. Eu não queria larga-lo jamais.
Então ele ainda
abraçado comigo me olhou sorrindo e disse:
- Então podemos
começar um futuro novo juntos? Amigos?
Sorrimos e eu
concordei; ele me levou pra casa e com certeza ele comentou com os meninos
sobre este novo passo, este recomeço.
É claro que assim
como vocês, eu também gostaria que este final fosse diferente, já havia pensado
nisso no momento que ele me largou, passou por mim indo até o carro e eu o
olhei por traz. Mas os finais reais nunca são como em contos românticos e
histórias de amores ou fadas. Mas se eu pudesse reescrever esta historia,
certamente a terminaria assim:
- Então podemos
começar um futuro novo juntos? Mas tem algo que eu preciso te dizer, dentro
daquele nosso pacto de sinceridade e transparência fechado lá trás, posso? Não
vai me levar a mal ou ficar zangado com a verdade? Nem vai deixar de falar
comigo?
- Não, fique a
vontade. Pode falar... o que foi? Eu prometo procurar te entender, e não
deixarei de gostar de você...
- A Verdade Samuel,
é que eu também jamais me esqueci de você. Tentei te esquecer em outros braços,
em outras amizades enfim, mas não consegui. Tudo que agora eu sei, é que eu
também mudei. E a única certeza que tenho é que te amo. Mas não como amigo
(neste momento ele ficaria envergonhado e abaixaria a cabeça).
- Nem eu consigo
pensar em você só como amigo Du. – Digo eu a ele, levantando o rosto dele e
dando-lhe um sorriso para quebra aquele clima de medo de revelação.
- Serio? – ele sorri
como que em um alívio imediato. Pensei que você...
E era minha vez de
fazê-lo um sinal de silêncio. E ele então me abraçaria novamente, me olharia
nos olhos e terminaríamos esta história com um grande, novelesco e delicioso BEIJO.
(Continua...)
Som
tema deste Post:
Slipped Away
(Avril Lavigne)
Na na
Na na na
na na
Eu sinto
a sua falta
Sinto
muito a sua falta
Eu não te
esqueço
Oh, é tão
triste
Eu espero
que você possa me ouvir
Eu lembro
claramente
O dia que
você partiu
Foi o dia
que eu descobri que não seria a mesma coisa
Na na
Na na na
na na
Eu não
encontrei a ocasião
para dar
um beijo de despedida na sua mão
Eu
gostaria de poder vê-lo novamente
Eu sei
que não posso
Eu espero
que você possa me ouvir
Porque eu
lembro claramente
O dia que
você partiu
Foi o dia
que eu descobri que não seria a mesma coisa
Eu
acordei
Você não
vai acordar?
Eu fico
perguntando por quê
E eu não
posso aguentar isso
Não era fingimento
Aconteceu
e você se foi
Agora
você se foi
Agora
você se foi
Lá vai
você
Lá vai
você
Para
algum lugar e eu não posso trazê-lo de volta
Agora
você se foi
Agora
você se foi
Lá vai
você
Lá vai
você
Para
algum lugar eu não posso trazê-lo de volta
O dia que
você partiu
Foi o dia
que eu descobri que não seria a mesma coisa
O dia que
você partiu
Foi o dia
que eu descobri que não seria a mesma coisa
Na na
Na na na
na na
Eu sinto
a sua falta
Abraço a todos...
BY ME S2 (S-FCSP)
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Sem palavras perfeita linda historia
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