Meu mundo não tinha chão, eu estava como ensurdecido o vendo entrar
pelo quarto e aprontar suas malas. Era como olhar uma cena e não ouvir nada, e
se ouvisse, estava longe... vozes bem longe. Apenas me deitei sobre e cama e me
calei. Sim eu me calei. Eu olhei cada movimento dele. Ele parecia feliz e
seguro.
Sim, eu o deixei partir, mas não porque eu não o amava, muito pelo
contrario, eu o amava tanto que jamais o prenderia a mim. Se a felicidade dele
estava em partir, que assim fosse. Mesmo que eu saísse ferido... Quem ama mais,
realiza sacrifícios maiores. Já ouvi
muitas pessoas dizerem "quem ama de verdade nunca desiste”... Aprendi com
a vida a discordar disto, a considerar esta frase um pouco equivocada. Porque
percebi que quem ama de verdade desiste sim, não sempre, mas quando necessário;
porém jamais deixa de amar. Porque era algo verdadeiro, profundo e real. Quem
ama de verdade não consegue encontrar uma felicidade igual em outro alguém, mas
quando não descobre outra forma de ser feliz, aprende a seguir e viver sorrindo
mesmo estando incompleto... Porque ninguém pode oferecer o que o outro
ofereceu, mas podemos oferecer e/ou receber algo novo. Quem ama de verdade jamais
esquece o toque, o cheiro, o sorriso, o olhar, e os momentos vivenciados juntos.
Quem viveu o amor verdadeiro jamais deixa de amar, apenas “desliga a TV da
história”, mas a TV ainda faz parte da sua casa... e espera que o tempo resolva
tudo, e acredita na ditado que filosoficamente nos diz que “o que tiver que ser
será... não importa o tempo que levar".
E existem várias interpretações para o “deixar”, este “deixar de amor”
é bem diferente do “deixar de abandono, de descaso”.
E foi assim, ele me olhou e se aproximou, sentou-se ao meu lado e como
se tudo fosse natural me perguntou o que eu tinha. Estava carinhoso. Eu não
tinha voz somente lagrimas.
Eu estava incerto do que ele havia achado da carta, também. Então perguntei
se ele havia lido a minha carta. E ele respondeu que sim, calmamente. Perguntei
se estava bravo com o que eu havia escrito, com meu desabafo... Ele me disse
que não. E se deitou ao meu lado.
Era uma tarde de sol, em poucas horas ele iria embora. O sol adentrava
a janela do meu quarto e repousava sobre nos deitados na cama. Ele segurava seu
tablet, selecionava vídeos e musicas.
Perguntei se ele tinha uma resposta para mim. Ele silenciou-se, e
depois de um tempo me disse que eu sabia da resposta. Verdade eu sabia, ele não
poderia ficar, mesmo que se arrependesse ele achava que era tarde de mais. Ele
tinha um orgulho maior que o coração. E eu o disse: “Não é tarde pra desistir,
não é tarde pra você escolher ficar comigo”!
Ele me abraçou e me deu um beijo... e eu chorei. Eu o amava, mas ele
não percebia minha dor. Ele nem se quer chorou. Ele pediu que eu o entendesse,
e que o deixasse ir... que voltaria. Eu não consegui acreditar.
Eu havia sido machucado por ele varias vezes, por duas vezes senti uma
espada de dor transpassar a minha alma. Então eu o disse: “Você sabe não é? Não
haverá outra chance”. Ele sorriu e disse que me amava. Por alguns minutos
chorei, pois desacreditei nestas palavras proferidas por ele. Meu Deus porque
tanta dor?
Passaram-se as horas e nos ali. Eu ao seu lado observando cada detalhe
dele enquanto ele brincava com o Tablet, pois sabia que seria a ultima vez que o veria. Poderia descrever cada
movimento como se fosse hoje. Eu o abracei, procurei usar o tato para
criptografar o momento.
Eu me lembrei naquele instante de que no dia anterior ele havia ido a
cidade comigo e sem querer na frente de umas meninas ele me disse: “Amor como é
mesmo o nome da rua da sua casa?”. Ele nem percebeu, mas eu havia percebido.
Ele jurou que não disse... Mas eu me lembrava. E ao vê-lo ali sabia que por
traz de tudo um dia ele veria que no fundo eu era o amor da vida dele. Mas
seria tarde. É difícil ser o homem que sabe e conhece o próprio fim. Mas como
eu já disse, eu não tinha palavras eu era lagrimas.
Dizem que quem ama mais, sofre mais no amor. Quisera Deus que não fosse
eu. Mas foi.
Ele então pegou seu tablet, e começou a nos fotografar ali na cama. Em
uma eu acariciava seu rosto noutra nós riamos de uma piada que ele fez e noutra
nós nos olhávamos com amor. Por fim ele começou a gravar, disse que queria
guardar aquele momento para sempre. Queria levar o vídeo para se lembrar de
mim. Eu tímido, com os olhos inchados de lagrimas dizia: “Não mor, não quero”.
Éramos dois amantes e amigos num simples vídeo cheio de amor e
significado. Eu sabia que nada mais seria igual.
Ele começou a gravar, queria que eu cantasse uma musica pra ele gravar,
acho que era a musica de Selena Gomez, mas eu não quis fiquei em silencio.
Então fiz um sinal em LIBRAS que significava “Eu te amo” (em inglês), eu sei,
ele não saberia nunca o que aquele sinal significava, mas fiz questão de
registrar no vídeo para que um dia ele visse; e se descobrisse enxergasse o que
havia deixado para traz.
Ele então me exortou pediu que eu cantasse ao invés de fazer sinais e
disse que cantar era com a boca; então começamos a brincar no vídeo como dois
apaixonados. Brincando eu o mordia enquanto ele falava, passava a língua nele, ora
eu escondia meu rosto, rimos bastante, falamos besteirinhas um pro outro... e
por fim, eu fiz o ultimo carinho em sua orelha para que ele filmasse e
lembrasse-se de mim... Estávamos entrelaçados nos filmando. Até que tudo
terminou com um beijo longo e demorado.
Eu lhe disse que não queria cantar – minha voz rouca de choro mal saia
no vídeo – e acrescentei que não cantaria porque sabia que ele deletaria aquele
vídeo quando tivesse com o outro. Então ele me disse que não... Pois ele tinha
todos os vídeos nossos guardados com ele. E que sempre o guardaria, desde o
primeiro mês de namoro. Então eu pulei em cima dele ele, rindo, gritava: “não,
sai...” Mas eu insistia ate beijá-lo novamente. Era um momento tão bom entre
nós. O ultimo de longos anos esquecido, deixados por ele. Porque eu sei, ao me
deixar, ele não considerou nenhum dia que passamos juntos.
Depois ele me mostrou os vídeos todos que eu fiz e o tinha dado, ele me
mostrou uma musica de Colbie Caillat – “We Both Know”, do filme “Porto Seguro” –;
e eu o disse que aquele era a musica para aquele momento nosso ali. Porque a
partir daquele momento “viveríamos separados”. Ele só me olhou, e me abraçou.
E assim passamos o dia juntos até dar a triste hora dele se levantar e
se arrumar pra partir pra sempre.
No fim, levei-o para o portão e o disse que não o odiaria, mas levaria
sua amizade comigo porque era assim que eu achava que deveríamos ser: amigos.
Ele se despediu de todos da casa, na minha vez me abraçou e ai sim se
pôs a chorar. Falou-me ao pé do ouvido: promete nunca me esquecer? Eu disse
sim... e ele disse que voltaria... mas dessa vez eu não acreditei nele. E
olhando para traz ele foi partindo, porém na ultima vez que ele voltou seus
olhos para traz, eu já havia me retirado para o meu refugio, eu não estava mais
lá. Eu não o quis ver entrar no carro e partir.
Eu sei, eu prometi não esquecê-lo, e não irei... Porque amor ao se
esquece, pode até se viver outros, mas quando verdadeiro, não se apaga.
Pra sempre me lembrarei dele, mas ao fim desta jornada eu já não o
poderia prometer amor eterno... e eu sabia que um dia ele iria se arrepender,
iria querer voltar... Mas dessa vez, eu na seria mais o mesmo. Eu não o amaria
mais, então ele choraria amargamente a perda do homem que realmente o amou como
ele nunca será amado por mais ninguém. Porque meu amor por ele era único e
fiel. E tentará ser feliz nos braços de outro rapaz... e porque não?
E é assim que acabou nosso romance. E foi assim que tudo se queimou no
fogo, junto com todas as demais cartas... Eu ali sentado em frente as chamas...
enquanto a nossa ultima canção de amor tocava dentro de minhas memórias e
lagrimas.
CONTINUA...
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Capítulo 5 - "Carta de uma Mãe a seu filho Gay" (VEJA AQUI)
Capítulo 6 - "Antes da dor - Meu Diamante" (VEJA AQUI)
Capítulo 7 - "A 1ª Carta" (VEJA AQUI)
Capítulo 8 - "A 2ª e a 3ª Carta" (VEJA AQUI)
Capítulo 9 - "Estradas Rompidas" (VEJA AQUI)
Capítulo 10 - "A Revelação" (VEJA AQUI)
Capítulo 11 - "Ao seu Lado" (VEJA AQUI)
Capítulo 12 - "A Última Carta" (VEJA AQUI)
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Capítulo 8 - "A 2ª e a 3ª Carta" (VEJA AQUI)
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Nao entendi direito depois q o cadu achou as cartas vc queimou e ai oq avonteceu dpois?
ResponderExcluirEsse cara das cartas e tals eh awle do shorts q rasgo, do banheiro e da balada?
ResponderExcluirsrsr Não o Cadu achou as cartas, e eu escrevi um flash back do que estava escrito nas cartas, cada capitulo foi um flash back, nos proximos capitulo voltara a estar eu e o Cadu novamente.
ResponderExcluirNão o cara da balada foi um peguete, este cara ai ´´e o do capitulo "alone".
Triste. Estou passando por isso.
ResponderExcluirseparação amigo?
ResponderExcluirO rapaz das cartas seria o Samuel do acampamento?
ResponderExcluirSamuel é o principal da historia.... o outro preferi não dar nome na historia, ele aprece bem rápido na temporada anterior. mas no livro ele aparece mais
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