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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Capítulo 74: A Viagem II – Parte 7 (Season finale)




Quem nunca viveu que atire a primeira pedra. Eu vivi... isso posso dizer. Ao longo da minha pouca idade consegui viver muitas coisas, e todas de forma intensa.

Conheci amigos que mudaram minha vida, me descobri homoafetivo (gosto mais deste termo), me apaixonei diversamente, me diverti com alguns paqueras. Ah, quanta história.

Já tive um namorado que descobri que usava dentaduras acreditam? Calma é que ele aparentava ter 30 anos, mas a verdade o negão tinha 54. É eu também fiquei chocado.

Já me apaixonei pelo meu melhor amigo, já me apaixonei pelo namorado de um colega, já fui traído e perdoei também.

Já transei com mulheres que tinham a curiosidade de saber “como é fazer sexo com um cara gay”. Bem acho faço bem porque tanto eles como elas, saem sempre sorrindo... rs. Com exceção de um carinha que ficou com medo da grossura e tamanho do meu pênis, que segundo ele “dava medo”. Não sei se é porque é meu e eu nunca medi, mas eu acho o meu pinto tão normal.

Já me exibi na webcam por amor, e descobri que do outro lado a pessoa era outra.  Já fiz de tudo.

Eu já amei tão intensamente que meu coração parou quando eu o conheci. Era diferente de todos os outros. Eu quase não o notei. Quase que nos deletamos, um ao outro do MSN. Mas não foi assim que aconteceu (Eu acredito no amor a distancia – ficamos juntos por longos e longos anos até nos separáramos). Nós nos conhecemos. E foi como um presente do céu. Ele era tão menino, eu o vi se transformar em homem. Mas eu também o vi partir levando consigo o meu coração. Eu acho que nunca entenderei o que levou ele a fazer aquilo. Não teve um real motivo. Ele simplesmente se foi e quando vi já estava com outro.

E o mais gostosos de todas as lembranças que vamos tendo ao longo da vida é que normalmente, apesar de coisas ruins acontecerem e estas nos ajudar a crescer e a nos tornarmos melhores, é que as coisas boas que vivenciamos nos enchem de recordações saborosas e saudosas.

Pus-me hoje a sentar aqui, num banco de praça e a pensar em toda a minha vida. Percebo que ela teve fases e fases, não sei a sua, mas a minha passa por fases que eu chamo de temporadas. E cada mudança de fase, cada lição nova a se aprender, é uma nova temporada. Algumas duram grandes longos capítulos, outras são mais curtas. Mas assim é a vida... e eu sei: Eu vivi.

Hoje teremos uma festa de formatura pra ir, eu e uma amiga. Estou esperando-a chegar, vamos escolher o vestido que ela irá ao baile. E advinha, ela tem que impressionar um gatinho, Charles August, um “pedaço de mal caminho”. Mas respeito, pois além dele não curti o “babado” é da minha amiga (então ele é assexuado pra mim)...srsrs.


Clarisse é uma menina muito especial, ela sabe como ser amiga. Ela me entende profundamente, quase lê minha alma. Ela é daquelas amigas que não está fisicamente o tempo todo do seu lado, mas mesmo longe ela cuida e se preocupa com você. Ela se faz presente. Jamais trairia ela. Ela é minha melhor amiga. Cada encontro com ela é como se o sol encontrasse com a lua. É mágico e temos sempre fofocas para contar.

E foi assim que ela desceu do ônibus na rua oposta a praça onde eu estava. Ao olhar para meu lado esquerdo a vi sorrindo para mim. Atrás dela uma cafeteria e uma loja de roupas bem de esquina. A rua estreita de via única cheia de carros. Próximo a ela um poste. Ela estava glamurosa. Ela havia prendido sofisticadamente seus cabelos, e estava com um “sobretudo” marrom, porem não tão comprido. Era uma tarde clara porem não quente. Loira com os olhos azulzinhos, e com um sorriso branquinho, parecia uma princesinha, pois era baixinha. Ela estava ali parada acenando-me esperando a hora de atravessara rua e nos abraçarmos.

Dessa vez, vela sorrindo e acenando foi mais que mágico foi intenso, foi estranho. Por um momento passou um frio na minha barriga, um pressentimento diferente. Eu senti que algo iria acontecer. Mas o que seria? Eu só me lembro de me levantar e correr até ela. Percebi que ela não olhava a rua com tanta atenção, e estava atravessando sem ver um carro que vinha. Eu pensei em gritar para alertá-la. Mas foi então que meu mundo parou. Tudo foi como uma câmera lenta.  

Foi tão rápido, e lá estava ela caída no chão. Eu não ouvia mais nada, era como afundar dentro de uma piscina e seus ouvidos ensurdecerem, e as vozes das pessoas ao Léo. 

Eu em lembro de deitar-me sobre o corpo dela estendido e gritar e chorara, e gritar e chorara muito. Eu nem notei a multidão que ia chegando para ver o que acontecerá. Os rapazes saíram correndo do carro para socorrer a vítima.

Nem eu e nem eles nos reconhecemos. Depois de tanto tempo, e em meio a tanta dor nos reencontramos. Eu que sempre sonhei em achá-los, eu que sempre me perguntei por onde andavam. Num levantar de cabeça, e em muitas lágrimas eu o vi olhando assustado para mim e segurando minha mão. Seu nome, eu nunca esqueci, era ele, o Cadu. E não estava sozinho, estavam todos ali. Adam, Paulo, Cristian, Samu II, David e Sebastian. Eu fiquei sem chão. Então tudo escureceu. E eu desmaiei. Algo novo estava por vir.

(Continua na Próxima Temporada – Feliz Natal e um Ótimo e Realizador Ano Novo, é o que desejo a todos os meus fãs, visitantes, críticos e amigos)


Abraço a todos...






BY ME S2 (S-FCSP)

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